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Como crescer o número de colaboradores de uma startup de forma sustentável

Um aliado fundamental para o crescimento de uma startup é o planejamento. É no momento de aumentar consideravelmente o número de colaboradores – quando ela deixa de ser uma família para se tornar uma empresa de fato ou, se preferir, quando ela “passa da adolescência para a vida adulta” – que uma startup pode consolidar seu sucesso ou fazer escolhas que comprometerão sua trajetória.

Essa é uma questão observada de perto nas startups do mundo todo, e muitas estratégias e soluções são apontadas para enfrentar essa delicada fase de transição. Já falamos sobre como formar equipes, quais perfis devem ser recrutados e também os ganhos que essas novas caras podem render à sua empresa. Agora, olharemos sobre como atingir esse objetivo sem “inflar demais o balão”.

Os 50 primeiros colaboradores

Há vários momentos que podem ser encarados como cruciais para uma empresa que está começando, especialmente quando há uma leva de colaboradores chegando para compor a equipe.

Quando a startup chega a 50 funcionários, por exemplo, é hora de começar a fase adulta. Essa é a visão de Joe Procopio, envolvido em startups de sucesso (e fracasso), neste artigo publicado no Medium com o título “Por que as startups fracassam ao atingir 50 funcionários”.

Segundo Procopio, tudo começa ainda na fase inicial, quando a equipe ainda está chegando a 10 pessoas e os colaboradores iniciais “param de aprender o nome dos colegas novos“. Esse afastamento gradual leva à formação de “panelinhas” que tendem a piorar com o tempo. Os nomes dos cargos e funções, com o “status” que o acompanham, se tornam importantes demais, ao contrário do relacionamento. Virar “analista de nível sênior”, por exemplo, pode acabar sendo prioridade.

O auge desse conflito ocorre no número mágico de 50, de acordo com ele, e atinge pelo menos uma parte dos colaboradores.

>> Leia mais: Empresas que já trabalham como startups

>> Leia também: Lições básicas para pequenas empresas

Estruture sem engessar

Ao mesmo tempo que está mostrando seu crescimento – afinal, chegar a uma equipe de 50 integrantes não é nada simples -, é preciso observar se essa evolução está sendo orgânica e não desordenada. A cultura organizacional da empresa, por exemplo, já está consolidada? A comunicação está dinâmica, direta e objetiva ou “travada” em reuniões e trocas de mensagens intermináveis?

E há o já citado problema com o aumento do número de colaboradores. A organização se torna mais complexa, níveis hierárquicos podem ser criados sem critério adequado e, de repente, os projetos não estão mais andando.

“Startups geralmente têm medo de se tornarem velhas, corporativas ou comandadas com ‘mão de ferro’. Entendo, também odeio essas coisas. Mas, em um determinado momento, a estruturação é algo que se torna obrigatório. E é melhor ser proativo em relação a isso”, diz Procopio.

Ele sugere que deva haver alguma centralização da liderança nessa estruturação, desde que as regras e os procedimentos estejam transparentes e 100% acessíveis a todos da equipe.

Outra indicação importante do autor: estabelecer líderes de equipes em vez de chefes. “Com 50 funcionários, as pessoas geralmente não precisam de gerência. Mas os projetos e processos, sim”, diz, citando o produto em si, o desenvolvimento e o recrutamento, que podem ser liderados por colaboradores capacitados para isso.

Procopio ainda oferece outras saídas para o fim da adolescência: testar equipes de fora que ao longo do tempo, dependendo de sua performance, podem ser incorporadas à startup, e sempre observar as soluções da concorrência, e eventualmente testá-las, para saber se elas funcionariam no ambiente da empresa.

Vale lembrar: estruturar não significa engessar, e muito menos deixar a inovação de lado. É apenas o cuidado para que o crescimento inicial não gere conflito futuro.

 

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