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Eu vejo bastante frustração nas empresas em relação ao processo de governança de inovação. De todos os lados. Enquanto a alta direção sente a necessidade de inovar, os times que tocam projetos várias vezes se ressentem por não terem o reconhecimento (ou orçamento) esperado…
Na raiz desses problemas está a falta de regras estabelecidas para a governança de inovação. Para falar sobre esse assunto instigante, eu convidei duas feras no assunto: Tamiris Dinkowski, Innovation Specialist Manager na ACE Cortex, e Kim Silvestre, partner da ACE Cortex.
Antes da dar o play, eu tenho um recado para quem é fã de carteirinha do podcast: para saber quando o nosso episódio sai em primeira mão, clique neste link aqui e faça parte da nossa rede de transmissão do WhatsApp!
Governança de inovação não é bagunça
A governança da inovação chega justamente para botar certa “ordem na casa” e garantir que os investimentos realizados nesses processos tenham frutos no fim do dia. Mas esse ainda não é o “X” da questão.
Afinal de contas, sabemos que é preciso ter regras e definir parâmetros para a inovação. Então por que isso não é feito nas empresas?
Política x Inovação
A resposta curta é: medo de conflito. Não é exatamente uma novidade, mas a máxima de que a necessidade é a mãe da invenção segue valendo no mundo corporativo. Traduzindo: via de regra, empresas que estão indo muito bem costumam não observar a inovação com tanto afinco quanto companhias que estão ativamente procurando resolver alguma dor.
É aquela coisa, nem todo mundo quer navegar na política corporativa e se indispor se não houver um resultado claro pesando na balança. Uma das formas de mitigar esses conflitos é, justamente, ter regras claras e uma boa governança. E aqui, para esse papo não ficar só na teoria, é importante descer para a prática e falar do dia a dia das companhias.
As regras do jogo
Por um lado, é preciso analisar o quão heterogêneos são os negócios da organização. Ou seja, se falamos de um grupo que tem negócios relacionados e próximos, faz sentido que as estruturas de inovação sejam centralizadas e uma estrutura única suporte o tema inovação.
Para empresas que têm nichos de mercado muito diferentes — e, portanto, conversam com públicos diversos —, faz sentido que existam mais estruturas que consigam suportar a inovação.
Outro ponto importante tem a ver com a cultura de cada organização. O quanto a cultura do grupo tende a tomar decisões centralizadas ou descentralizadas. Isso é importante para começar a estruturar as iniciativas inovadoras. Isso porque a inovação precisa funcionar como uma alavanca para as estratégias do negócio.
Comitê: craque da rodada
Dentro das corporações, muitas vezes as decisões sobre iniciativas de inovação ficam a cargo de um comitê de inovação. É nele que são tomados os direcionamentos que podem garantir o futuro de projetos. Em resumo, onde são debatidos resultados, orçamentos, metas e a própria visão de inovação das companhias.
E é nesse espaço que o comitê de inovação precisa ter um olhar de investidor: olhar para as métricas de projetos e iniciativas e limar o que não funciona. Existem vários métodos para definir o destino dos recursos. Falando nisso, o segredo da governança bem feita está em como cobrar essa estrutura e como tomar decisões baseadas em informações — e não na intuição.
Escalar no campo da inovação
Algumas dicas para quem ainda patina na hora de entrar no campo da inovação.
Cuidado para não investir em inovação só porque é “legal”. Apostar em inovação sem resultado nenhum à vista é um atalho para matar a inovação nas organizações.
- Tenha papéis bem definidos: saiba quem decide sobre investimentos, quem articula e organiza a inovação internamente entre as áreas e quem executa de fato para que os projetos aconteçam.
- Cuidado com comitês de inovação congestionados demais: 20 pessoas dificilmente vão conseguir uma comunicação assertiva para definir os rumos de um projeto.
- Saber quando um projeto “passou de fase” precisa que alguns critérios sejam atendidos. Estabelecer esses indicadores é essencial para que o projeto seja validado ao longo do tempo e para que as empresas realmente invistam no que gera resultado.
- Se o projeto já foi realinhado duas ou três vezes e ainda não passou por essas validações, é um bom momento para pensar em riscá-lo da lista.
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