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Como levantar investimento sem MVP

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Você tem uma boa ideia e um time incrível, mas precisa de investimento para montar seu MVP, certo? No episódio de hoje, nós vamos falar dos bastidores dessa história de que é possível levantar capital só com uma boa apresentação. E, é claro, talvez você entenda que nem sempre essa é a melhor abordagem.

Para separar a ficção dos fatos, convidei Guilherme Lima, Venture Capital na Astella Investimentos, e Pedro Carneiro, Partner na ACE Ventures. Eu garanto que você vai ter boas ideias e até pode sair com uma nova visão de como captar fundos. Venha comigo!

Antes da dar o play, eu tenho um recado para quem é fã de carteirinha do podcast: para saber quando o nosso episódio sai em primeira mão, clique neste link aqui e faça parte da nossa rede de transmissão do WhatsApp!

É possível levantar investimento sem um MVP?

Vira em mexe eu ainda recebo mensagens de empreendedores com variações de uma mesma reclamação. Algo na linha de: “Poxa, criei um negócio que está crescendo e não consigo levantar dinheiro, mas vejo times fechando investimento na base do PowerPoint, sem ter colocado nada na rua…”.

Para começar, é importante dizer que o papel dos investidores é, de maneira geral, dizer mais “não” do que “sim”. E isso não tem, necessariamente, nada a ver com a qualidade dos founders ou dos negócios. Para se ter uma ideia, um analista de fundo costuma passar coisa de apenas 5 minutos avaliando um pitch deck de startup, segundo uma pesquisa da Endeavor. O que significa que não tem como acertar todas em um contexto desses.

Entrando na mente do investidor

Para entender como funciona a tomada de decisão no mercado de venture capital, é preciso fazer um mergulho nas ideias de quem investe o dinheiro. As pessoas que assinam (metaforicamente) os cheques são, por excelência, tomadoras de decisão e medidoras de risco. Ou seja, elas comparam o risco de entrar em uma rodada de investimento versus o risco que existe de perder uma oportunidade de financiar um negócio promissor.

Normalmente, os investidores olham para negócios que já tenham alguma estrutura. Isso não significa, é claro, que não seja possível encontrar pessoas fechando deals com empresas que têm algo como uma boa tese e um punhado de PowerPoints bem feitos.

Entre os fatores que fazem um VC ficar balançado estão:

→ o perfil de excelência dos fundadores e do time que ele reuniu (em especial, o histórico positivo);
→ o volume de validações que o negócio já consegue provar;
→ o quanto o empreendedor já conseguiu colocar na rua.

Não ter um MVP não é o problema

Por outro lado, em alguns mercados, não é possível nem começar um MVP sem falar de investimento. Pense no setor de mineração, por exemplo. Tirar qualquer ideia do papel significa investir uma grana razoável. Nesses casos, o negócio no “PowerPoint” pode ser o suficiente para fechar um negócio.

Ainda que nenhum fundo goste de um empreendedor preguiçoso, não ter algo além de uma apresentação não quer dizer que o negócio não tenha validação. Tome como exemplo o Dropbox. Quando a empresa levantou capital, ainda não havia a tecnologia necessária para botar a ferramenta de pé. Entretanto, os fundadores conseguiram vender a ideia usando um vídeo de como a solução ia funcionar.


Debaixo do capô: sobre investidores e FOMO

Se os fundos entendem que um time consegue executar a tese e tem clareza no raciocínio, entra em campo um novo cenário. A competição entre os fundos e um verdadeiro FOMO dos investidores. Ou seja, quanto maior é a competição entre os fundos, maior também é o medo de deixar bons negócios passarem.

Então, fica nítido que os empreendedores que não fizerem um trabalho prévio, não trouxerem nenhum tipo de validação, vão, provavelmente, receber vários “nãos” até que consigam fazer a balança de risco começar a virar. Da mesma forma, para quem fez a “lição de casa”, a comunicação do ecossistema de investimento pode ajudar a impulsionar um negócio. Às vezes, você só precisa de um “sim” para que a percepção de risco que afeta o investimento do seu negócio vire.

Os investidores podem até achar difícil que a sua startup tire o PowerPoint do papel. Mas se um Google Ventures da vida aceita bancar a ideia, o efeito que isso causa em toda a comunidade pode fazer que mais fundos comprem a ideia. Aumentando drasticamente a chance de o negócio sair de verdade.


Algumas lições para resumir esse conto de pitch decks e apresentações:

 

  • Tenha em mente os pontos que os investidores querem saber: visão e proposta de valor, mercado-alvo e oportunidades e modelos de negócios.
  • Dados e métricas de validação do negócio fazem toda a diferença: nem sempre você precisa de um MVP, mas é essencial provar que o produto se sustenta.
  • Um bom plano financeiro: explicar como pretende alocar os recurso, com destaque em áreas-chave é uma boa forma de demonstrar a visão de negócios para investidores.
  • Por fim, capriche no PPT: seja objetivo, claro e conciso. Use gráficos, imagens e infográficos para transmitir informações complexas de maneira visualmente atraente.

 

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