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Layoffs: o que está acontecendo no mercado?

Growthaholics #337

A onda de layoffs no mercado de tech vem crescendo e, aparentemente, ainda não passou. Todas as semanas, somos surpreendidos por notícias de cortes de pessoal em empresas de todos os tamanhos, desde startups iniciantes até algumas das firmas mais conhecidas do planeta.

Para desenhar o cenário que levou a essa maré de demissões e listar os aprendizados dessa situação, conversei com Pedro Compani, head do BoostLAB no BTG Pactual, e com o Rodrigo Tognini, CEO da Conta Simples. Confira!

Layoffs: uma biografia

Ficou quase impossível passar pelo feed do LinkedIn sem dar de cara com alguma mensagem de desligamento ou de alguém que está querendo ajudar profissionais que estiveram em um desses layoffs. Você pode até acompanhar quais são as empresas que estão demitindo e buscar profissionais pós-demissão para contratação.

Só que essa história começa muito antes do que você possa imaginar. E vamos ter que voltar alguns passos para entender o que realmente está acontecendo. Mais precisamente, voltamos para a crise financeira de 2008 e os desdobramentos dela. Como resposta à crise, os bancos centrais mundiais irrigaram o sistema financeiro de diversas formas. Duas delas são significativas: a baixa nas taxas de juros e a injeção de trilhões de dólares na economia. Traduzindo: empresas de todo o mundo tiveram acesso facilitado ao capital.

Com o custo de capital mais baixo, investidores passaram a correr mais riscos para ter retorno sobre o dinheiro. Afinal de contas, se aquele capital ficasse parado em um banco, o rendimento seria baixo. Esse movimento ajudou a criar o boom de startups e de novos negócios que se viu de lá pra cá. Quem aí se lembra dos recordes de rodadas?

 

Tava bom, tava ruim, aí parece que piorou

Paralelamente, tivemos duas situações: a pandemia, que deixou o mercado mais conservador, e várias das cadeias produtivas passaram a quebrar, tendo custo maior. Some a isso o aumento no preço dos insumos, a inflação alta e temos o custo de capital muito maior. Os investimentos mais arriscados já não estavam tão atraentes.

Com menos dinheiro disponível, as startups precisaram fazer uma imensa correção de rota. Várias delas tiveram que parar planos de expansão, investimento em inovação e focar o que realmente dava resultados no curto e no médio prazos. E aqui entram as demissões em massa como forma de aliviar os custos por uma questão de sobrevivência.

E não é só isso: as rodadas de captação de investimento devem ser muito mais difíceis para o ecossistema, elas ainda devem demorar mais tempo — o que influencia diretamente a forma como as companhias vão alocar recursos, incluindo a contratação de pessoal.

 

O inverno tech e os layoffs

Outro ponto que parece óbvio, mas que é preciso comentar, é que os layoffs são um movimento que não atinge só as empresas brasileiras. Mais duas peças desse quebra-cabeça podem ser juntadas a partir do layoff mais recente de uma das big techs. Nesta semana, a Meta anunciou o desligamento de mais de 10 mil colaboradores.

Curiosamente, dois pontos foram abordados por Mark Zuckerberg no anúncio desses cortes: 1) a perda de eficiência de alguns engenheiros que atuam de forma remota versus os times “presenciais” (falo um pouco mais sobre isso já, já); 2) os cortes de investimento em iniciativas que ele denominou de “baixa prioridade”.

Isso porque, da mesma forma que as startups são pressionadas a melhorar as margens, empresas de capital aberto precisam entregar resultados para acionistas.

 

Foi uma onda que passou?

Com essas informações, é possível montar um cenário da onda de layoffs em tecnologia e tirar alguns aprendizados. Listo a seguir três deles.

  • Nem todos os problemas são resolvidos contratando mais pessoas. E o cenário atual comprova que a eficiência de times menores vai ser essencial.
  • Crescer é preciso: ao mesmo tempo que as captações ficam mais difíceis, investidores não vão querer aportar um negócio que tem resultados flat.
  • Com menos dinheiro na mesa, é a hora de encontrar soluções criativas. Focar o que é o core dos negócios e olhar para automação, inteligência artificial e outras tendências pode manter sua empresa viva.

Para quem quer construir um negócio sólido, talvez este seja o melhor momento. Porque é o momento que vai realmente separar empresas sólidas e focadas no que realmente importa de quem só consegue se provar na abundância.

 

Tem muito mais pano para manga nesse assunto. Dá só uma olhada na seção #Big Numbers:

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