Growthaholics #330
Você já viu esta cena: a pessoa entra na concessionária, é recebida em um salão amplo, com vários carros espalhados. Vendedores acompanham a visita com um discurso decoradíssimo e anotam informações em uma folha que vai descansar na lixeira mais próxima assim que a pessoa sair da loja. Essa experiência está cristalizada na memória porque, basicamente, ainda se vendem carros como nos anos 1970.
Só que essa história já começou a mudar, e o motivo tem tudo a ver com digitalização e experiência do consumidor. Esse foi o tema do papo acelerado com Fabio Rabelo, Head of Digitalization & Business Transformation da Volkswagen, e com Luís Gustavo Lima, CEO da ACE Cortex.
Pise fundo no play, que o episódio de hoje é uma viagem!
De carona na jornada digital
Lojas menores, telas com tecnologia touch screen, inteligência artificial respondendo a perguntas básicas sobre produtos e uma experiência “wow”. Essas são só algumas das estratégias da Volkswagen na busca de reinventar a jornada de compra de consumidores.
A dinâmica desse mercado une dois mundos. De um lado, uma indústria tradicional; de outro, um cenário no qual as marcas não têm uma zona de conforto. Mesmo que uma fabricante chegue ao estado da arte com um produto, ela vai precisar de uma atualização em um período curto, coisa de menos de dois anos.
A indústria automotiva é um bom exemplo de como empresas gigantes estão lidando com a necessidade de transformação digital. E a reinvenção vai muito além de uma nova versão do carro do momento. De fato, as questões nem sempre estão debaixo do capô. Seja na experiência de compra, seja na forma como as pessoas consomem o veículo, a necessidade de inovação é acelerada.
E a Volkswagen já se deu conta de que não concorre só com as outras marcas da indústria, mas também com investimentos diversos: uma viagem com a família, o sonhado MBA, a entrada em um imóvel. Sim, a análise SWOT de uma fabricante automotiva tem que ir muito além das rivais.
A experiência é rainha
O desafio de grandes marcas não é apenas entender o que motiva as pessoas a comprar os produtos hoje, mas sim como elas vão manter o público engajado nessa experiência de compra nos próximos cinco, dez anos. Para fazer as peças “clicarem”, as companhias precisam perceber qual é a proposta de valor central e alinhar processos operacionais, técnicos e de marketing.
Essa foi uma das lições que livrou a gigante internacional LEGO da falência no começo dos anos 2000. A transformação passou pela reestruturação do sistema de TI, incluindo uma melhoria significativa no compartilhamento de dados de toda a empresa (inclusive com terceiros) e na implementação de APIs e de interfaces melhores para o consumo desses data lakes.
Dentre os blocos da construção digital da LEGO surgiu a plataforma colaborativa Ideas, que deu à empresa uma visão sobre tendências do mercado por meio da opinião de usuários, e o modelo ousado de licenciamento de mídia. O sucesso de filmes e jogos deu aquele up nas vendas de produtos de prateleira, entregando, mais uma vez, experiência coerente para todos os clientes.
Apesar de não ser mais a buzzword do momento, a transformação digital rende pano pra manga. Para quem ainda não escutou o episódio desta semana, fica o convite para entender mais sobre a jornada da Volkswagen e, na sequência, acompanhar o papo que tivemos com Aspen Andersen, vice-presidente de Tecnologia na Vibra Energia, outra gigante com uma jornada pra lá de rica em aprendizados sobre digitalização.
E, para quem é data-driven na veia, listamos alguns dos insights mais surpreendentes quando o assunto é transformação digital.
